História de Vida 1

Roda Armando Mahiana, 25 anos, mãe solteira de dois filhos, tem a 10ª classe do ensino geral do sistema nacional de educação de Moçambique. Vive com os pais e irmãos, é a mais nova da família constituída por 9 membros, no Bairro George Dimitrov arredores do Distrito Nhlamankulu – Cidade de Maputo. Na família a única pessoa que tinha emprego formal era o pai que trabalhava como assistente logístico numa empresa transportadora. Agora com 61 anos de idade, já está aposentado. É uma família com extremas dificuldades, em que a maior parte das irmãs mais velhas da Roda tem baixo nível de escolaridade. Antes de participar no projeto “Ser Jovem em Xipamanine – Apoio a Empreendedorismo e Empregabilidade” – onde entrou com 23 anos de idade – para ajudar no sustento da família e em particular dos filhos, nos fins de semana fazia tranças de cabelo às raparigas do bairro. Também ajudava a mãe na pequena machamba familiar que se encontra num outro Bairro. Roda conta como tudo começou: “no dia 26 de outubro de 2017, dois jovens interpelaram-me na rua, próximo do mercado Xipamanine, e falaram-me do projeto, onde fui convidada a inscrever-me. Depois participei numa sessão de envolvimento com outros jovens. Nos primeiros dias eu não acreditei que fosse coisa séria, até que participei na Formação Humana Integral. Foi nesta formação que os formadores me ajudaram a descobrir uma nova oportunidade: o curso de Eletricidade Instaladora.

Sempre fui curiosa, interessada e empenhada no curso. Quando terminei a formação tive oportunidade de estagiar numa grande empresa de Moçambique – a Eletricidade de Moçambique (EDM) – e estou feliz porque já sei resolver tecnicamente alguns problemas elétricos, como por exemplo ligar baixada, fazer instalação elétrica e outros serviços. Antes de participar neste projeto eu pensava que nunca ia mudar nada na minha vida, mas com a formação humana e a formação profissional, sinto que sou uma menina preparada para trabalhar e com este curso até consigo resolver problemas que na altura chamávamos um eletricista e tínhamos que pagar. Assim estou a dar o meu contributo e espero um dia conseguir emprego. Mas enquanto não tiver emprego posso fazer trabalhos ocasionais nas casas particulares e em pequenas empresas, bastando ter a minha ferramenta. A minha felicidade é maior e tenho muito a agradecer aos implementadores e financiadores deste projeto, que está a ajudar muitos jovens.”